domingo, 20 de setembro de 2009

Relatório do 2º dia do Gestar

Reiniciamos nossas atividades expondo as experiências que os professores desenvolveram com os alunos acerca dos tópicos abordados. Em seguida, assistimos a um vídeo: Bacharel em Direito e fizemos a análise do discurso que foi proferido de maneira bastante atípica para a situação comunicativa em vigor. Em tal contexto, exigia-se uma performance com tamanha formalidade e intelectualidade e o apresentado foi exatamente o oposto; uma pessoa totalmente despreparada para enfrentar aquilo que o título lhe exigia. Discutimos a qualidade decrescente de algumas instituições de ensino e a formação dos profissionais delas provenientes. Debatemos acerca do nosso papel neste quadro e a falta de conexão entre ensino/aprendizagem que persegue a educação brasileira. Para aquecer nossos debates, levei também um texto que mostra dois pontos de vista bem antagônicos: um de Caetano Veloso e outro de Bagno. Neste texto, Bagno mostra a importância da lingüística na sociedade e combate a excessiva atenção que Caetano Veloso dá à tecnicália de gramáticos como Pasquale. Os cursistas expuseram a visão que a sociedade possui do lingüista e conscientizamo-nos de que o valor atribuído a ele também deve partir de nós que temos a língua portuguesa como objeto de estudo.

Passamos para o estudo da coerência textual (TP5), inicialmente discutindo o que seria de fato, ou em que consiste a coerência textual. Trabalhamos os slides sobre a coerência textual e fixamos nosso olhar no texto: Circuito Fechado para compreendermos bem de que se trata a coerência na lingüística de texto. Trabalhamos uma atividade do TP5 que contempla esse aspecto de textualidade e socializamos.

À tarde continuamos as socializações da atividade do TP5/ Coerência. Saliento que, por questão de tempo insuficiente, lançamos os capítulos ímpares, geralmente, para serem estudados pelo professor em casa; portanto, o tópico “Estilística” ficou a cargo de cada cursista. Aproveitei e mostrei aos professores um projeto que vivenciei e apresentei no evento “abralin em cena” em maio deste ano no Espírito Santo. O projeto foi sobre a criticidade acoplada aos textos multimodais. Abordamos o aspecto “coerência” nos textos pesquisados pelos alunos. Adentramos no aspecto de coesão textual. Estudamos os slides que apresentam os recursos de coesão referencial e seqüencial. Levei uma atividade à parte retirada do livro do professor Antônio Carlos Xavier que trabalha a coesão referencial de forma humorística. Partimos para o texto do TP5 sobre coesão, simulamos tal atividade, no entanto, a socialização ficou para o próximo encontro em virtude do tempo. Dei os avisos de costume quanto às atividades que devem ser cumpridas, postadas e socializadas no próximo encontro.

Formadora: Rinalda Fernanda de Arruda – Limoeiro - Pernambuco

Relatório do nosso primeiro encontro

Iniciei a formação do Gestar a partir do 3º encontro para substituir uma formadora que não pode dar prosseguimento ao programa. Nosso primeiro encontro foi no dia 21 de agosto nos turnos diurno e vespertino. Na minha turma, participam professores de diversas cidades, tais quais: Bom Jardim, João Alfredo, Limoeiro, Orobó e Surubim. Matricularam-se 48 professores, mas apenas 29 presenciaram o encontro. De imediato, nos apresentamos e oportunizei cada professor para se colocar diante de suas atividades profissionais, suas áreas e especificidades. Expus todos os objetivos e procedimentos do Gestar, como por exemplo: a criação do blog e a execução das atividades propostas tanto dos AAAs, quanto dos TPs. Logo após, assistimos a um vídeo com uma peça teatral de: “Os Melhores do Mundo” que mostra questões pertinentes à língua, cujo bandido monitora constantemente o policial que o aborda no tocante aos “erros” gramaticais e estruturais que o mesmo comete. A cada “erro”, o bandido elimina uma pessoa. Ao saber que sua fala é constantemente monitorada, o policial tem dificuldades de se comunicar, ou seja, o purismo exigido travou a espontaneidade dos discursos. A partir de então, abrimos espaço para uma discussão acerca das concepções de língua que regem nosso trabalho. Os professores mostraram-se bastante seguros quanto à concepção de língua eleita para seu trabalho e a metodologia para tal. Como os temas abordados no TP4 foram Leitura e Escrita, comecei abordando o tema “Leitura” e como ela é processada em sala por cada professor ali presente. Eles expuseram seus métodos e salientaram-na como uma formidável ferramenta na construção da aprendizagem e no desenvolvimento das aptidões lingüísticas. Trabalhamos alguns slides sobre leitura e suas concepções cognitivas, metacognitivas e sociointeracionistas. Logo após trabalhamos a Atividade 3 (Processo Inferencial) e socializamos o resultado de todas. Distribuí exemplares da prova Brasil de Língua Portuguesa aplicada ao 9º ano a fim de discutirmos as competências e habilidades exigidas nas avaliações externas e a necessidade de focarmos de igual modo tais exigências nas nossas avaliações internas. Houve uma análise pormenorizada das questões e cada grupo apontou os descritores mais urgentes em cada uma delas.

À tarde continuamos a socialização das questões da prova Brasil enfocando sempre a necessidade de darmos acesso aos nossos alunos questões daquela grandeza. Propus o trabalho da leitura como atividade prazerosa com a exposição dos slides: O rir pedagógico, cujo objetivo é de trabalhar textos que trabalham a intertextualidade de forma cômica, ao mesmo tempo em que se trabalha também a diversidade de gêneros que dialogam com o contexto social. Partimos para a análise da competência escritora, vista como primazia nas metas do ensino de língua portuguesa. Refletimos se a atividade de escrever se configura como um “dom” ou como algo que é adestrado. As opiniões se dividiram, os professores relataram suas experiências no âmbito da escrita e sua relação metodológica com essa habilidade. Trabalhamos a seção 2 do TP4( O ensino da escrita como prática comunicativa) e a atividade pertinente à mesma. Socializamos e após a conclusão, reforcei as atividades a serem executadas propostas pelo próprio programa e o que trabalharíamos no próximo encontro. Dei por encerradas as atividades deste dia, passando para o pen drive dos cursistas os slides trabalhados.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

MEMORIAL SOBRE A LEITURA


Minha familiaridade com a leitura deu-se muito cedo, embora com algumas concepções pouco fundadas. Sendo filha de uma alfabetizadora, fui estimulada às letras até mesmo antes de ingressar na escola. MInha mãe só nos matriculava a partir da alfabetização, uma vez que ela se incumbia, em casa, de nos ensinar as coordenações motoras e as letras, ou pseudo-letras... Ingressei na alfabetização, que pela época, revestia-se de um ensino bastante tecnicista, baseado em artifícios memorísticos e textos coreográficos munidos de excessivas repetições fonético-fonológicas, cujo objetivo era focar os sons e sua relação com a representação escrita. O método de alfabetização que me formou explorava mais a competência do que o desempenho linguístico, dicotomia muito bem explicada por Chomsky. O ensino pautava-se mais no aspecto da apropriação do código, do que na compreensão leitora. Infelizmente, não foi a escola que me serviu de mola propulsora para a leitura.
Embora tivesse em casa acesso aos gibis, os quais eram minha leitura predileta, a igreja foi que me serviu de trampolim. Comecei a frequentar a escola bíblica aos 5 anos de idade, o que me levou a ler a bíblia para responder as revistinhas que ganhávamos. Aos 10 anos já tinha lido todo o Novo Testamento, tal estudo me fez amadurecer como leitora porque tínhamos que entender as metáforas dos sermões proferidos por Jesus e pelos posteriores apóstolos e discípulos, compreender as similaridades e diversidades culturais entre nós e os povos descritos na bíblia; enfim, há uma imensidão de riqueza que subjaz a leitura bíblica. Além do livro sagrado, também li vários livros de pastores que abordavam temas polêmicos e esclareciam enunciados pouco elucidativos de passagens bíblicas. A partir daí, tive noções mais claras do que fosse um texto, contexto e pretexto. Apesar de as leituras eclesiásticas representarem maioria no meu acervo, também me interessavam outras de cunho histórico, como por exemplo: O diário de Anne Frank. Este livro marcou minha trajetória leitora, pois aguçou ainda mais minha sensibilidade para com as vítimas de uma guerra. Hoje, apesar das limitações, a escola ainda representa uma grande agência de letramento. Peca-se ao perder o caráter interlocutório desta atividade, reduzindo-a, muitas vezes, a uma atividade punitiva. É preciso estabelecer objetivos muito claros a respeito do que se pretende atingir com as leituras e seus múltiplos papéis na formação do ser social, de modo que ele possa interagir de forma ativa e efetiva nas diversas esferas em que se inserir.
Sou professora de Língua Portuguesa, licenciada em Letras pela UPE - FFPNM e especialista em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa pela UPE - FFPNM. Atuo como Educadora de Apoio pela SEDUC - PE e estou cedida à Universidade de Pernambuco - FFPNM no exercício da docência. Através deste blog, pretendo manter um vínculo interacional principalmente com os professores cursistas que estão atuando no projeto de formação continuada: Gestar 2

sábado, 5 de setembro de 2009

Rinalda Fernanda de Arruda

Sou professora de Língua Portuguesa, licenciada em Letras pela UPE - FFPNM e especialista em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa pela UPE - FFPNM. Atuo como Educadora de Apoio pela SEDUC - PE e estou cedida à Universidade de Pernambuco - FFPNM no exercício da docência. Através deste blog, pretendo manter um vínculo interacional principalmente com os professores cursistas que estão atuando no projeto de formação continuada: Gestar 2